quinta-feira, 29 de maio de 2014

Último passeio em Pequim - Templo do Céu

 O Templo do Céu ou Tian Tan (chinês), era o lugar onde os imperadores da dinastia Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911) realizavam cerimônias de adoração ao Céu. Eles pediam a intercessão celestial para as boas colheitas (Primavera) e davam graças ao Céu pelos frutos obtidos (Outono). O Templo era inacessível às pessoas comuns durante as dinastias Ming e Qing, sendo aberto ao público em 1988. O Templo está situado num parque enorme e muito agradável, onde as pessoas passeiam, praticam dança, tai chi chuan, jogam cartas, praticam esportes, etc.
 A Sala da Oração para Boas Colheitas (Qinian Dian) é o edifício mais conhecido de todo o conjunto e um dos mais representativos da cidade de Pequim. É uma construção de telhado circular e com telhas azuis, simbolizando o Céu. O vermelho é a cor imperial e os temas de dragão e fênix, dentro e fora do templo, representam o Imperador e a Imperatriz. A bola dourada na sua cúpula fica a 38 metros de altura e emite reflexos brilhantes. 






   Finalizo aqui nossa passagem por essa cidade histórica, que me fez sonhar, aprender, refletir, respeitar e admirar. 
  Próxima parada: PINGYAO.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Praça Tian'anmen

 Quando saímos da Cidade Proibida, andamos até a Praça Tian'anmen ou Praça do Portal da Paz Celestial. Esta praça é a segunda maior do mundo, com 880 metros de norte a sul e 500 metros de leste a oeste, com uma área total de 440.000 metros quadrados. Ela costumava servir de local para demonstrações populares e ficou associada aos protestos estudantis de 1989.
 Ao norte da praça, localiza-se a Torre do Portão da Paz Celestial. Construída em 1947 durante a dinastia Ming, era a porta de entrada da Cidade Proibida. Neste portão, em 1º de Outubro de 1949, Mao Tse Tung proclamou a fundação da República Popular da China. 
Torre do Portão da Paz Celestial (foto do Mao Tse Tung)
Torre do Portão da Paz Celestial(foto do Mao Tse Tung)
Torre do Portão da Paz Celestial (foto do Mao Tse Tung)
  Um pouco mais à frente, pode-se observar o local onde é feita a cerimônia diária de hasteamento da bandeira. 

 No centro da praça fica o Monumento aos Heróis do Povo, construído em 1958. Este monumento de granito é decorado com baixos-relevos de episódios da história revolucionária da China e nele está gravada uma frase de Mao Tse Tung: "Os heróis do povo são imortais". 
Monumento aos Heróis do Povo
 No lado oeste da praça, encontra-se o Grande Hall do Povo, que é a sede do Congresso Chinês. O Museu Nacional da China fica no lado leste da praça.
Grande Hall do Povo
 Ao sul da praça, fica o Mausoléu do Mao Tse Tung, presidente que governou a China de 1949 até sua morte, em 1976. O corpo de Mao foi embalsamado e está num caixão de cristal para exibição pública. Na entrada do mausoléu existem duas lindas estátuas de revolucionários. Nós não visitamos o mausoléu, pois as visitas só acontecem pela manhã e já era de tarde quando passamos por ele.
Estátuas na entrada do Mausoléu
Estátuas na entrada do Mausoléu
 Mausoléu do Mao Tse Tung
 Andando mais um pouco, atrás do mausoléu, encontra-se a impressionante e imponente Qian Men ou Porta da Frente. Esta torre, construída em 1419, guardava a entrada principal da Cidade Proibida. Fechamos a visita com esta bela vista!
Porta da Frente






domingo, 18 de maio de 2014

CIDADE PROIBIDA

 Retomando o relato da viagem, ainda em Pequim, conhecemos a aguardada Cidade Proibida. Infelizmente, temos poucas fotos devido a forte chuva, sendo a maioria tirada do meu celular para não molhar a nossa máquina. Apesar da chuva, estava lotada e mal conseguimos ver alguns lugares direito. Porém, tudo isso não tirou o encanto e fiquei muito feliz de ter tido a oportunidade de visitar este lugar incrível.
  A Cidade Proibida está situada no centro da cidade e foi o palácio imperial de 24 imperadores durante as dinastias Ming e Qing. Sua construção começou em 1406, durante a Dinastia Ming, sendo concluída após 14 anos. O título de Cidade Proibida surgiu pelo fato de somente o imperador, sua família e empregados especiais terem permissão para entrar no conjunto de prédios do palácio. Atualmente, a Cidade Proibida é oficialmente conhecida como Museu do Palácio (em chinês: 故宫博物院; em pinyin: Gùgōng Bówùyùan).  
  O imenso palácio possui um formato retangular, com cerca de 720.000 metros quadrados e 980 edifícios sobreviventes, sendo o maior complexo palaciano do mundo. A Cidade Proibida deixou de ser o centro político da China em 1912, com a abdicação de Puyi, o último Imperador da China, marcando o fim de séculos de imperialismo. Porém, segundo um acordo assinado entre a Casa Imperial Qing e o novo governo da República da China, foi permitido a Puyi, de fato exigido, viver no interior das paredes da Cidade Proibida. Puyi e a sua família mantiveram o uso do Pátio Interior, enquanto que o Pátio Exterior foi ocupado pelas autoridades republicanas. No entanto, a oposição à permanência de Puyi no palácio aumentou e, em 1924, ele foi expulso. Um filme de 1987, dirigido por Bernardo Bertolucci, chamado "O Último Imperador", conta a história da vida de Puyi. Este filme  ganhou o prêmio Oscar em todas as nove categorias em que foi indicado:  filme, diretor, fotografia, direção de arte, figurino, edição, trilha sonora, som e roteiro adaptado.  O palácio foi aberto como museu em 1925 e foi declarado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1987.
  A Cidade Proibida está rodeada por uma muralha e por um fosso com seis metros de profundidade e 52 metros de largura. As paredes têm 8,62 metros de largura na base, afunilando para 6,66 metros no topo, onde esta forma angular impede tentativas de escalá-la. Estas muralhas serviram como paredes defensivas e de retenção para o palácio. 
Muralha da Cidade Proibida
  Além da muralha, a Cidade Proibida também é cercada por um muro que possui, em cada canto, uma Torre de Flechas. Na foto abaixo pode-se observar o fosso, o muro e uma das Torres da Cidade Proibida.
Torre do canto Noroeste

 Tradicionalmente, a Cidade Proibida está dividida em duas partes: o Pátio Exterior ou Pátio Frontal, que inclui as seções Sul e era usado para propósitos cerimonias; e o Pátio Interior ou Palácio Traseiro, que inclui as seções Norte e servia como residência do Imperador e da sua família. 
 Para conhecer a Cidade Proibida, os turistas entram obrigatoriamente pelo portão Sul, chamado de Portão Meridiano. Após atravessar este portão, pode-se observar uma grande praça com cinco pontes de mármore e o rio da Água Dourada.  
Entrada da Cidade Proibida

Detalhe do rio e uma das pontes 
  Atravessando as pontes chega-se à Porta da Suprema Harmonia e, mais a frente, a Galeria da Harmonia Suprema. Um casal de leões de bronze guarda a entrada da Porta da Suprema Harmonia. O macho encontra-se no lado leste e é retratado com sua pata dianteira sobre um globo, representado o poder do Imperador no mundo. A leoa, no lado oeste, possui sua pata dianteira  sobre um filhote de leão, representando a fertilidade do Imperador e uma família imperial próspera. A rampa central ou pista de mármore, esculpida com dragões que buscam pérolas nas nuvens, era reservada ao Imperador.
Porta da Suprema Harmonia (ao fundo)
Leões de Bronze (fêmea e macho)
Pista de mármore  


   A Galeria da Harmonia Suprema é o maior hall do palácio e era o centro cerimonial do poder imperial, usado durante as coroações e casamentos imperiais. 
Galeria da Harmonia Suprema
 A seção Norte ainda possui a Galeria da Harmonia Central,  usada pelo Imperador para se preparar e descansar antes e durante as cerimônias. Mais além fica a Galeria da Harmonia Preservada, a qual era usada para ensaiar cerimônias, além de ser o local da última etapa do Exame Imperial. Cada uma das galerias apresenta tronos imperiais, sendo o maior e mais elaborado o da Galeria da Harmonia Suprema.
 Trono na Galeria da Harmonia Preservada

 O Pátio Interior está separado do Pátio Exterior por um pátio longo ligado de forma ortogonal ao eixo principal da Cidade Proibida. Este pátio era a casa do Imperador e da sua família. 
  No lado leste do Pátio Interior fica uma série de pátios e palácios menores, que serviam de residência para as concubinas imperiais. 
  No lado nordeste, localiza-se o Palácio da Longevidade Tranquila. Na sua entrada, fica a Tela dos Nove Dragões, um mural de 31 metros de comprimento forrado com 270 azulejos brilhantes. Construído em 1772 durante o reinado do Imperador Qianlong, retrata nove dragões brincando com pérolas contra um fundo de mar e nuvens.  O dragão chinês, representa o yang, o princípio do céu e o emblema da família imperial. A ilustração, portanto, pode ser interpretada como a representação do imperador como o Filho do Céu.
Tela dos Nove Dragões
Palácio da Longevidade Tranquila
  Na parte oeste do Palácio da Longevidade Tranquila encontra-se o Jardim Qianlong, também chamado de Jardim do Palácio da Longevidade Tranquila. 
Jardim Qianlong
  Na parte leste pode-se observar o Changyinge, o maior teatro dentro da Cidade Proibida. 
Teatro
  Caminhando em direção à saída norte do Palácio chega-se no Portão da Pureza Celestial. Após este portão fica um conjunto de três galerias, o Palácio da Pureza Celestial, a Galeria da União e o Palácio da Tranquilidade Terrena. O Imperador, representando o Yang e os Céus, ocupava o Palácio da Pureza Celestial. A Imperatriz, representando o Yin e a Terra, ocupava o Palácio da Tranquilidade Terrena. Entre eles ficava a Galeria da União, onde o Yin e o Yang se misturavam para produzir harmonia.
Portão da Pureza Celestial
 Ao sair pelo portão norte da Cidade Proibida, do outro lado da rua, encontra-se o Parque Jǐngshān, que significa "Paisagem da Colina". O parque possui uma área de 230.000 metros quadrados(cerca de 57 hectares) e do alto da colina, caso o tempo e a poluição ajude, pode-se obter uma boa visão da Cidade Proibida. Esta colina de 45,7 metros de altura é toda artificial, sendo criada a partir do solo escavado na construção do fosso da Cidade Proibida. Até a queda da dinastia Qing, o parque era restrito ao uso imperial. Foi aberto ao público em 1928. 
  Apesar de muito cansados, pois já estávamos umas 4 horas andando na Cidade Proibida, subimos até o topo da colina. Do alto a vista é maravilhosa, porém o tempo não contribuiu e as fotos não ficaram boas.

  Cidade Proibida vista do alto da colina


 Parque Jǐngshān


 Parque Jǐngshān

 Parque Jǐngshān












quarta-feira, 14 de maio de 2014

KTV na China

  Vou fazer uma pequena pausa nas postagens da viagem para contar nosso passeio de sábado ao KTV ou Karaokê. Existem vários KTVs espalhados pela nossa cidade e é um lugar que os chineses gostam de ir para cantar e se divertir com amigos. Diferentemente dos Karaokês que existem no Brasil, aqui aluga-se uma sala privada de acordo com a quantidade de pessoas que irão participar do evento. 
  Nós fomos convidados para o KTV por um casal que conhecemos no nosso condomínio e que são professores de inglês na Universidade. Eles levaram uns alunos chineses e no total foram umas 10 pessoas. A maioria das músicas eram em mandarim, porém tinham algumas em inglês. Foi uma noite muito divertida, dançamos muito, cantamos um pouco (risos) e conhecemos pessoas muito agradáveis. Vale destacar que os chineses cantavam muito bem. Quero repetir o passeio. ADOREI!!!!!




     
   As fotos abaixo eu tirei de um KTV que fica dentro de um hotel aqui perto de casa que eu pretendo ir um dia.

Entrada do KTV (lindo!!!)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Templo Lama - Yonghe Lamasery

 No mesmo dia que visitamos os Hutongs, também conhecemos o Templo Lama (Yonghe Lamasery). Este Templo está localizado no canto nordeste da cidade de Pequim e é considerado o maior e mais bem preservado mosteiro da China. Construído inicialmente em 1694, este edifício foi a residência do imperador Yong Zheng. No entanto, em 1744, a dinastia Qing o transformou em um mosteiro do Budismo Tibetano. 
  É um lugar muito bonito e enorme, possuindo cinco salões principais com uma mistura de estilos, com temas han, mongóis e tibetanos. 


Portal de Entrada do Templo
 Entrada do Templo
Pátio do Templo Lama
Um dos salões do Templo Lama (muita gente)

                 Um dos salões do Templo Lama 
Um dos salões do Templo Lama (muita gente)

 Na foto abaixo estou girando um cilindro que os budistas tibetanos acreditam que seu movimento multiplica suas orações e bençãos. Eles chamam esses cilindros de Rodas de Oração, os quais contém mantras, escritos em papel ou esculpidos, que ao serem girados emitem uma energia sutil capaz de gerar saúde, paz e equilíbrio ao planeta. Desejo isso para todos nós !!!!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Hutongs e as Torres do Tambor e do Sino

  Os Hutongs são conjuntos de ruas ou vielas estreitas de antigas casas chinesas que começaram a ser construídos durante a Dinastia Yuan (final do século XII e início do XIV) para servirem de endereço a aristocratas e funcionários da burocracia imperial. 
   Hutong é uma palavra que vem da Mongólia e significa "poço de água". Na Dinastia Yuan, os mongóis atribuíram grande importância à água, por isso quase todas as comunidades da cidade foram projetadas em torno de um poço, que fornecia água diariamente para os moradores. Até hoje, pode-se encontrar poços secos no Hutongs.
   As casas originais dos hutongs chamavam-se siheyuans e podiam ser mais ou menos luxuosas, mas tinham sempre um pátio interno, ao redor do qual habitava mais de um segmento de uma mesma família. Mais distante do palácio, e ao seu norte e sul, moravam os plebeus, comerciantes, artesãos e operários e suas siheyuans eram muito menores e bem simples. As casas dos hutongs não possuíam banheiros, sendo todos eles comunitários e localizados em alguns pontos das ruas. Diferentemente das paredes vermelhas e teto de cor dourada da Cidade Proibida, os hutongs possuem paredes cinza e telhados que representam a cultura popular. 
  Durante as Dinastias Ming e Qing, os hutongs apresentaram uma rápida expansão. Na Dinastia Yuan haviam cerca de 29 Hutongs, enquanto que na dinastia Ming (1368 -1644) esse número aumentou para 1.070 e na Dinastia Qing (1644-1911) cresceu para 2.076. Desde meados do século 20, o número de hutongs caiu drasticamente, pois foram demolidos para dar lugar a novas estradas e edifícios. Mais recentemente, alguns hutongs foram designados como áreas protegidas em uma tentativa de preservar este aspecto da história cultural chinesa. Alguns hutongs foram restaurados e funcionam como restaurantes, lojas e  pensões para turistas. 
    Nós visitamos o hutong Nanluogu Xiang que fica localizado na vizinhança da Torre do Sino e do Tambor e possui 800 anos de história. Na rua principal existem muitas lojas e restaurantes, inclusive almoçamos em um muito agradável e com uma decoração linda.


 Hutong Nanluogu Xiang
Hutong Nanluogu Xiang
 Hutong Nanluogu Xiang
Hutong Nanluogu Xiang
 Hutong Nanluogu Xiang
Restaurante no Hutong Nanluogu Xiang
 Restaurante no Hutong Nanluogu Xiang
 Restaurante no Hutong Nanluogu Xiang

    Abaixo a foto que eu tirei do banheiro público de uma das ruas paralelas ao hutong. Ainda bem que não tinha ninguém na hora que eu fui, pois não existe privacidade. Quem tem coragem?
 
      Após o almoço fomos conhecer as Torres do Sino e do Tambor que estão localizadas no meridiano norte-sul que corta a Cidade Proibida e a Praça Tian'an Men. Elas foram construídas em 1272 e reconstruídas duas vezes depois de dois incêndios. A Torre do Tambor  que se vê atualmente foi construída em 1420 durante a dinastia Ming. Para chegar até o topo da torre tivemos que subir uma escada bem íngreme. No alto da torre podemos observar um tambor grande e outros 24 menores que eram usados para assinalar as horas do dia. Segundo relatos, os tambores originais foram destruídos por soldados estrangeiros durante uma rebelião. A Torre do Sino localiza-se ao norte da Torre do Tambor, uma construção de 1745, que substituiu a anterior incendiada. No alto está um sino de cobre, fundido em 1420, que possui 7 metros de altura e pesa 63 toneladas. Na década de 1980, depois de muita reparação, as torres foram abertas para visitação.
 Torre do Tambor


Torre do Sino